
Samu comemora cinco anos em Blumenau
Cinco anos depois, o serviço de urgência ainda sofre com falta de médicos, desconhecimento da população e trotes
Ele foi apedrejado, mal interpretado, passou por dificuldades, mas atendeu a 220 mil chamados em cinco anos de existência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Vale do Itajaí, com sede em Blumenau, já fez mais de 90 mil remoções de pacientes graves. É um serviço de saúde responsável pela regulação dos atendimentos de urgência, porém boa parte da população ainda desconhece quais são estes serviços.
Para a coordenadora do Samu, Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva, o propósito do atendimento já é mais aceito pela comunidade. Isso inclui a não comparação com o atendimento dos Bombeiros. A médica considera que hoje o serviço está consolidado.
O atendimento não se restringe somente às ambulâncias. Antes mesmo do veículo sair, o usuário que faz o chamado é atendido por um médico regulador, da central de atendimento. A falta de conhecimento dos moradores sobre o que era o Samu não foi o único problema enfrentado nestes cinco anos. Diversos episódios envolvendo a falta de ambulâncias foram flagrados. Algumas chegaram a ser apedrejadas por moradores revoltados com a demora no atendimento.
Além disso, a falta de profissionais quase comprometeu o serviço. O quadro de médicos está incompleto. Apenas 19 deles ocupam as 27 vagas disponíveis para a central de Blumenau, explica a coordenadora Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva.
- Dois problemas ajudam neste déficit: o primeira é que acredito que muitos profissionais desconhecem o tipo de trabalho e, por isso, não procuram as vagas em aberto. A segunda, é que o tempo de contratação é de apenas dois anos - diz a coordenadora.
De todas as dificuldades, a que parece não ter solução são os trotes para o telefone de emergência 192. Eles vão desde piadas contadas por crianças - a maioria registrados em saídas do horário escolar - até adultos que simulam ocorrências, onde a ambulância é deslocada.
Nem só de problemas vive o Samu. Foi graças ao serviço dele que Senhorinha Ferraz, 58 anos, está viva. Em outubro de 2010, a moradora da Itoupava Central perdeu os sentidos de um dos braços. Ficou preocupada, mas acabou passando uma noite inteira assim.
Na manhã seguinte, Senhorinha resolveu pedir ajuda e ligou direto para o número 192. O atendimento foi imediato:
- Em 15 minutos eles estavam aqui e me levaram para o hospital. Tive uma fibrilação arterial. Se não tivessem me buscado em tempo, poderia ter que amputar um braço ou até morrido.
Samu em cartilha
Assim que foi instalado em Blumenau, panfletos explicando o que era o serviço foram distribuídos pela cidade. Porém, a coordenadora do Samu, Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva, lembra que o material era muito técnico e acabou não sendo muito atrativo à população. Com a nova campanha, ela acredita que as pessoas terão uma melhor compreensão do serviço.
Às 14h, o Samu fará uma Simulação de Atendimento Integrado com helicóptero no Parque Ramiro Ruediger.
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