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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Análise

OPINIÃO DO SANTA

Cinco anos de Samu


Merecem análise profunda, por parte das esferas de governo envolvidas, os problemas enfrentados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) cinco anos após a implantação no Vale. Tanto a falta de médicos quanto a dificuldade em fazer o cidadão compreender os objetivos do serviço podem – e devem – ser combatidas com investimentos, seja em melhores salários e condições de trabalho para os profissionais, seja em campanhas educativas direcionadas à população usuária do atendimento. Também é preciso reconhecer os avanços conquistados nos últimos cinco anos. A melhoria gradativa da relação com a comunidade, antes conflituosa, é o principal deles.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reportagem Jornal do SANTA 21/02/2011


Samu comemora cinco anos em Blumenau

Cinco anos depois, o serviço de urgência ainda sofre com falta de médicos, desconhecimento da população e trotes

Ele foi apedrejado, mal interpretado, passou por dificuldades, mas atendeu a 220 mil chamados em cinco anos de existência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Vale do Itajaí, com sede em Blumenau, já fez mais de 90 mil remoções de pacientes graves. É um serviço de saúde responsável pela regulação dos atendimentos de urgência, porém boa parte da população ainda desconhece quais são estes serviços.
Para a coordenadora do Samu, Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva, o propósito do atendimento já é mais aceito pela comunidade. Isso inclui a não comparação com o atendimento dos Bombeiros. A médica considera que hoje o serviço está consolidado.

O atendimento não se restringe somente às ambulâncias. Antes mesmo do veículo sair, o usuário que faz o chamado é atendido por um médico regulador, da central de atendimento. A falta de conhecimento dos moradores sobre o que era o Samu não foi o único problema enfrentado nestes cinco anos. Diversos episódios envolvendo a falta de ambulâncias foram flagrados. Algumas chegaram a ser apedrejadas por moradores revoltados com a demora no atendimento.

Além disso, a falta de profissionais quase comprometeu o serviço. O quadro de médicos está incompleto. Apenas 19 deles ocupam as 27 vagas disponíveis para a central de Blumenau, explica a coordenadora Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva.

- Dois problemas ajudam neste déficit: o primeira é que acredito que muitos profissionais desconhecem o tipo de trabalho e, por isso, não procuram as vagas em aberto. A segunda, é que o tempo de contratação é de apenas dois anos - diz a coordenadora.

De todas as dificuldades, a que parece não ter solução são os trotes para o telefone de emergência 192. Eles vão desde piadas contadas por crianças - a maioria registrados em saídas do horário escolar - até adultos que simulam ocorrências, onde a ambulância é deslocada.

Nem só de problemas vive o Samu. Foi graças ao serviço dele que Senhorinha Ferraz, 58 anos, está viva. Em outubro de 2010, a moradora da Itoupava Central perdeu os sentidos de um dos braços. Ficou preocupada, mas acabou passando uma noite inteira assim.

Na manhã seguinte, Senhorinha resolveu pedir ajuda e ligou direto para o número 192. O atendimento foi imediato:
- Em 15 minutos eles estavam aqui e me levaram para o hospital. Tive uma fibrilação arterial. Se não tivessem me buscado em tempo, poderia ter que amputar um braço ou até morrido.

Samu em cartilha

Um projeto sobre o que é e o que faz o Samu será lançado nesta segunda-feira durante as comemorações dos cinco anos de implantação do serviço na cidade. Uma parceria tornou possível a confecção de 10 mil cartilhas que serão entregues, inicialmente, em escolas. A FJR Comunicação integrada foi quem desenvolveu todo o projeto gráfico das cartilhas, patrocinadas pela Hering.

Assim que foi instalado em Blumenau, panfletos explicando o que era o serviço foram distribuídos pela cidade. Porém, a coordenadora do Samu, Maria Beatriz Silveira Schmitt Silva, lembra que o material era muito técnico e acabou não sendo muito atrativo à população. Com a nova campanha, ela acredita que as pessoas terão uma melhor compreensão do serviço.

Às 14h, o Samu fará uma Simulação de Atendimento Integrado com helicóptero no Parque Ramiro Ruediger.

fonte: JORNAL DE SANTA CATARINA

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Homenagem ao SAMU 192 Vale do Itajaí

Jornal de Santa Catarina

Samu completa cinco anos


BLUMENAU - O Samu completa neste mês cinco anos no Vale. O evento que comemorará a data será segunda-feira, no auditório da Ammvi (Rua Albert Stein, 466, Bairro da Velha). A programação começa às 9h. Às 10h, ocorre o lançamento do projeto Samu. Cristina Machado Pires fará uma palestra, às 11h, sobre a Central Regional de Emergência. Como destaque, às 14h, haverá a simulação de atendimento no Parque Ramiro Ruediger.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Arcanjo SAMU e Bombeiros. Parceria .



EXPERIÊNCIAS: GUARDIÕES DA VIDA
Reportagem por Rafael Geyger
Foto: Divulgação BOA/CBMSC

Parceria bem sucedida entre Bombeiros e SAMU amplia atendimentos de emergência em Santa Catarina

Com o lema "Guardiões da vida", o BOA (Batalhão de Operações Aéreas) do CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina), desde o início do ano, atua em parceria com o SAMU, ampliando as chances de salvar vidas em ocorrências diversas. Em 18 de novembro, o serviço completou 500 atendimentos - a maior parte deles em acidentes de trânsito, nos quais o helicóptero Arcanjo 01 chega com agilidade e recursos avançados. Uma das ocorrências mais complexas, no entanto, não foi em rodovia. Em março, na localidade de Vargem do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz/SC, um homem caiu em uma cachoeira e foi resgatado sem que a aeronave pudesse pousar. O desembarque da tripulação e o embarque da vítima ocorreram com o helicóptero ainda no ar, em baixa altura. Para o comandante do BOA, tentente-coronel Edupércio Pratss, essa ocorrência foi marcante para valorizar a parceria entre órgãos e para justificá-la como uma possibilidade viável para outros estados do Brasil.

Sem poder pousar, como ocorreu o atendimento?
O grau de dificuldade se deu porque a cachoeira tinha dois degraus e a vítima estava em ambiente de difícil acesso, não havia local para pouso. Tive que fazer um voo de baixa altura e liberar a guarnição: o médico, uma enfermeira e um tripulante. Depois, retornei para pegar mais dois bombeiros que não tinham acesso ao local.



Fonte: Revista Emergência

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Quanto vale o Samu?

O Samu não se resume à aquisição de viaturas -que, por sinal, são dadas pelo governo federal. Seu grande trunfo é o atendimento feito por equipes preparadas, em ambulâncias bem aparelhadas
Notícia publicada na edição de 11/02/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

Antes de jogar a toalha e desistir de implantar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) em suas cidades, os prefeitos da região de Sorocaba devem, pelo menos, orçar e colocar em planilha todos os custos para implantação e manutenção de um serviço congênere municipal, para que possam analisar, comparativamente, o custo-benefício do Samu, do Samu Regional e de uma estrutura própria.

Depois e um começo animador, a ideia do Samu Regional começou a ser abortada na última quarta-feira (9), quando sete dos quinze representantes municipais presentes a encontro em Sorocaba informaram que haviam refeito as contas e concluído pela inviabilidade da manutenção do programa. Não só o Samu Regional, mas o Samu como um todo está sendo rejeitado. Segundo informou o repórter Marcelo Andrade ("Mudança de rumo - Samu regional pode não sair do papel", 10/2, pág. B1), São Roque, Capela do Alto, Salto de Pirapora e Tapiraí já sinalizaram que deverão, até mesmo, devolver ao Ministério da Saúde as viaturas recebidas por meio de doação no final de 2010.

A resistência dos prefeitos é compreensível no contexto de municípios sem muitos recursos orçamentários. Do ponto de vista da responsabilidade fiscal, exclusivamente, é salutar que os prefeitos tenham cuidado com compromissos fixos que exigem um aporte elevado de recursos. Entretanto, é preciso receber com cautela afirmações como a do secretário de Saúde de São Roque, Alexandre Silveira, que acredita ser possível, com o dinheiro da contrapartida anual da prefeitura para o programa (R$ 366 mil), "adquirir três ambulâncias e equipá-las". O Samu não se resume à aquisição de viaturas - que, por sinal, são dadas pelo governo federal. Seu grande trunfo é o atendimento feito por equipes preparadas, em ambulâncias bem aparelhadas (algumas são UTIs móveis), em escalas de trabalho que cobrem todas as horas do dia e da noite, mediante protocolos específicos para cada situação.

Será que, mesmo com o governo federal pagando 50% dos custos de manutenção (segundo os convênios em vigor) e dando as viaturas, ficaria mais barato para um município pequeno manter sozinho um serviço de emergência, com a estrutura necessária para oferecer com abrangência e qualidade o primeiro atendimento a acidentados, queimados, enfartados e vítimas de AVC - entre inúmeros outros casos específicos nos quais o Samu está apto a intervir?

Tais investimentos, definitivamente, não se coadunam com a realidade dos municípios brasileiros, que tradicionalmente encontram dificuldades para manter simples ambulâncias com motorista, nem sempre em esquema permanente. A parceria, aliás, é uma das razões pelas quais o Samu se ramificou em todos os Estados desde 2003, estando presente hoje em 1.372 municípios, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Samu é "caro" porque oferece excelência. Obriga à observância de um padrão elevado de atendimento, com profissionais qualificados e veículos dotados de equipamentos suficientes para cumprir com eficácia a missão de salvar vidas. Não se pode confundi-lo com o simples transporte de pacientes, que por vezes sequer exige veículos próprios, e, dependendo do caso, pode ser operado por um motorista sem formação em área de saúde.

Não devem os prefeitos esquecer, por outro lado, que sua função política os habilita plenamente a reivindicar um suporte do governo estadual. São Paulo, segundo informou a Folha em 12/9/2010, é um dos poucos Estados (ao lado de Rondônia e Amazonas) que não participam do Samu, esquivando-se de dividir com as prefeituras metade do custeio, já que os outros 50% são bancados com recursos federais.

Não se pode exigir que os municípios assumam despesas além de suas capacidades financeiras, mas o tema Samu, por sua complexidade e pelo impacto positivo na redução de óbitos, merece ser analisado em profundidade, sem simplificações e precipitação.